sábado, 30 de maio de 2009

Cine Marabá reabre no centro de SP

Para fazer jus à suntuosidade original do Cine Marabá - inaugurado em 1945, fechado por quase dois anos e com reabertura marcada para este sábado (30) -, os arquitetos Ruy Ohtake e Samuel Kruchin se debruçaram sobre um projeto de restauro que mesclasse os elementos históricos do espaço à tecnologia aplicada nas atuais salas ao redor do mundo. Assim renasce a primeira de uma possível série de salas da antiga Cinelândia --região do centro paulistano que comportava no passado uma sequência de importantes cinemas.

"Optamos por uma programação diversificada, não só de 'blockbusters', mas contemplando também os chamados "filmes de arte'", explica Otelo Bettin Coltro, vice-presidente do Grupo PlayArte, responsável pela reforma estimada em mais de R$ 8 milhões. A empresa aposta em uma clientela também heterogênea. "Nossa prioridade, porém, é receber o público que circula na região e as pessoas que estão mudando para o centro, devido à sua requalificação."
Para equacionar o conhecido problema de estacionamento na área, a PlayArte firmou um convênio com o serviço de valet do Bar Brahma, já que o grupo ainda espera aprovação da administração municipal para estabelecer o sistema em frente ao cinema.
A partir da sala original (que tinha 1.655 lugares) e do mezanino, surgiram cinco novas salas --respectivamente com 430, 122, 133, 161 e 176 poltronas. Foram removidas 12 camadas de tinta até se chegar às cores originais (bege no saguão, colunas e corredores e cor-de-rosa na sala 1).
A sala 1 também receberá programação 3D, além de 35 mm, e é a que mais se beneficiou com o restauro --ânforas, ornatos, pinturas e a boca de cena foram recuperadas e finalmente expostas ao público. O teto manteve seu formato original. Apenas a cor, que antes era cor-de-rosa, passou para preto, a fim de não prejudicar a qualidade das projeções.
As salas 2 e 3 têm um formato arredondado e representam de forma mais clara o redesenho proposto por Ruy Ohtake. As salas 4 e 5 ficam no mezanino (que pode receber mesas em um futuro próximo) e, conforme determinação do DPH (Departamento do Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo), o tamanho de suas portas foram mantidas e são maiores do que as dos cinemas usuais.
O saguão manteve seu antigo caráter, com exceção do painel da bombonière, cujas telas de plasma conferiram um ar de modernidade ao ambiente --embora também tenham servido para impedir parte da visão do hall. As quase 6.000 peças do piso de parquê existente na plateia foram retiradas e colocadas sobre o granito do saguão. Os letreiros na fachada do cinema também seguem o projeto original.
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Números:
- 1945 foi o ano de inauguração do Cine Marabá, que tinha 1.655 lugares;
- Foram removidas 12 camadas de tinta até se chegar às cores originais;
- As quase 6.000 peças do piso de parquê existente na plateia foram retiradas e colocadas sobre o granito do saguão;
- Mais de R$ 8 milhões foram gastos para a reabertura do espaço;
- 3 anos se passaram desde a entrega do projeto para avaliação da prefeitura até o final das obras, que duraram cerca de 11 meses.

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