Quando trabalhava como servente em uma construção civil, Agenor de Oliveira, com medo dos pedaços de cimento que poderiam eventualmente cair em sua cabeça e grudar nos seus cabelos, usava uma chapéu-côco. Desta forma, foi apelidado pelos companheiros de Cartola, nome que se eternizaria nas páginas da história do samba.
Um dos fundadores da Estação Primeira da Mangueira, que nasceu em 1928 do núcleo do Bloco dos Arengueiros, Cartola é apontado como o responsável pela escolha das cores da escola (verde e rosa). Para aqueles que diziam que as cores não combinavam, ele respondia categórico : "Ora, o verde representa a esperança, o rosa representa o amor, como o amor pode não combinar com a esperança?".
Depois de ser regravado por muitos cantores na década de 30, Cartola saiu de cena, só aparecendo novamente nos anos 50, quando o cronista Sérgio Porto encontrou o velho sambista trabalhando como lavador de carros. De volta a ativa, Cartola ao lado de sua mulher Zica, abriu no Rio de Janeiro o bar do Zicartola, onde o samba era a palavra e a música de ordem.
Mais tarde, somente em 1974, com 65 anos, o sambista lançaria seu primeiro disco, um clássico indiscutível do samba. Porém, dois anos depois, Cartola ainda conseguiria fazer um estrago maior, lançando este disco que disponibilizo hoje para vocês.
Reconhecido como um dos maiores discos da história do samba, suas músicas foram gravadas e regravadas posteriormente por inúmeros cantores. E mesmo assim, nenhuma das interpretações conseguiu, nem conseguirá, se aproximar da voz rasgada de Cartola. O motivo? É impossível superar o original.
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