sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Barriga de cerveja é mito

Cientistas comprovam que consumo moderado da bebida não provoca aumento de peso

O consumo moderado de cerveja, tanto a tradicional como a sem álcool, não provoca um aumento de peso, nem sequer de modificações na composição corporal, segundo o estudo «Associação entre o consumo moderado de cerveja tradicional e sem álcool e a composição corporal», do Instituto Frío-ICTAN do Conselho Superior de Investigações Científicas, em Madrid.

Segundo Ana Veses Alcobendas, a autora do estudo, “tendo em conta o mito que o consumo de cerveja produz distensão abdominal, as conclusões do estudo indicam que o consumo moderado desta bebida fermentada de baixa graduação alcoólica não provoca aumento de peso, nem modificações na composição corporal”.
Um grupo de voluntários foi seguido durante dez semanas. Todos mantiveram os seus hábitos de vida e alimentação habituais. A única alteração foi referente ao consumo de bebidas habituais, em que todos consumiram cerveja tradicional ou sem álcool nos períodos determinados para o estudo.

Durante a primeira semana, todos os indivíduos tiveram de abster-se de qualquer consumo de bebidas alcoólicas. Nas quatro semanas seguintes e de forma aleatória, dependendo do grupo designado, os voluntários incluíram na sua dieta habitual cerveja tradicional ou sem álcool, na quantidade correspondente a um consumo moderado de álcool, ou seja, 20 a 24 gramas por dia para os homens (o equivalente a duas latas de 330 ml) e 10 a 12 gramas para as mulheres (uma lata por dia).

Pesos e medidas

Entre outros parâmetros, o estudo analisou a ausência de variação de peso, o índice de massa gorda e de massa corporal. Também se realizaram análises dietéticas, de atividade física e medições das circunferências corporais.

A conclusão foi clara: O consumo moderado de cerveja não modifica a circunferência do braço, ancas nem da cintura.

Segundo o Centro de Informação Cerveja e Saúde espanhol, esta investigação confirma outra realizada por Ascensión Marcos em 2002, que também comprovou que o consumo de cerveja não modifica os hábitos alimentares dos voluntários que se submeteram ao estudo.

Outros estudos, outros fatores

Outros estudos já tinham garantido que o consumo desta bebida não se traduz num aumento da circunferência da cintura e deste modo, a investigação «A cerveja e a obesidade: um estudo transversal» publicada no European Journal of Clinical Nutricion, assinala que é improvável que a ingestão habitual de cerveja esteja relacionada com um aumento significativo do índice de massa corporal.

No entanto, estas investigações apontam outros fatores como o estilo de vida sedentário, os hábitos alimentares incorretos e a genética, como a variante DD do gene na enzima conversora de angiotensina, como favorecedores da obesidade abdominal.

Bebida 100% natural

Na apresentação o estudo, em Cádis, o presidente da Sociedade Espanhola de Dietética e Ciências da Alimentação, Jesús Román, susteve que já se demonstrou que o consumo moderado de cerveja (3 copos para os homens e dois para as mulheres) pode ter efeitos positivos para o organismo, “sempre que se trate de indivíduos adultos e saudáveis”, já que a bebida é elaborada com ingredientes naturais (água, cevada e lúpulo), além de ser uma das poucas bebidas que contém vitaminas e minerais de forma natural.

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